a Ferenc Molnar
Ele nasceu ali, naquele subúrbio,
daquela cidade, no meio de gente simples, trabalhadora e sorridente. Nos dias
úteis: trabalho e escola. Nos fins de semana: brincar e futebol. Mas ele não
era só isso, tinha outra paixão. Paixão estranha para aquela gente, para aquele
lugar, para aquele cotidiano. Ele amava os livros.
O carro de seu pai parou no sinal.
Ele sentado atrás com seu irmão. Sua mãe na frente. Olhou para o lado e viu uma
grande vitrine repleta de livros. Era uma livraria. Seus olhos brilhavam, seu
peito se enchia com as batidas mais fortes do coração. O carro arrancou e a
livraria se distanciava.
Quando andava com a mãe, voltando do
mercado, um senhor vendia na rua alguns livros velhos. Ele puxou a mãe a
apontou para um livrinho. [ O que foi? ] [ Quanto é moço? ] [ Cinco. ] [ Não
sabia que você gostava de ler, filho. ] Ele confirmou balançando a cabeça.
Em poucos dias, ele já estava imerso
nas aventuras de Boka e seus amigos da rua Paulo. Dali em diante, ele não parou
mais de ler.