- Ora, que deus é esse?
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E que deus você esperava que nós crêssemos? Não vê que somos criaturas tão
diferentes em relação às demais criaturas do planeta? Buscamos deus fora do
planeta: sol, lua, chuva, estrelas, etc. Loucos são os que tentam se afastar
desse deus, se aproximam da animalidade, se diminuem e cada vez mais parecem
com as outras criaturas desse planeta. Veja que até mesmo quem se diz ateu, o
diz por que precisa ver, contemplar um deus bem além dessa realidade, bem além
das explicações científicas. Na verdade, nem aceitamos os deuses de outras
pessoas, pois o nosso deus tem que ser bem superior que o pensamento das
pessoas. Quanto mais “louca” a ideia de deus, mais perto estamos do verdadeiro
deus. Fico louco com quem tenta ganhar o favor de deus com oferendas animais,
com ofertas financeiras, com velas e etc. Não temos como agradar a deus com as
coisas desse planeta, meu caro, você tem que ofertar o além do homem, o além da
terra. É por isso que a fé é algo em comum em muitos pensamentos religiosos,
talvez em todos. E o que é a fé? A fé é não estar limitado ao planeta, ao
tempo-espaço. A fé é o poder que o humano tem de projetar-se além do humano,
além de sua finitude. Pode chama-la também de esperança. É isso, meu caro, mas
não me venha com essa idiotice de um deus humano demasiadamente humano. Não,
isso não é deus é apenas loucura, é o humano tornando-se animal. O deus que nós
cremos não pode ser reduzido a nada, por que ele está além do que é redutível.
Ele não pode estar num lugar, pois um lugar é algo reduzido. Ele não pode nem
mesmo “estar”, pois “estar” é uma condição física. Loucos o que dizem: deus é
amor. Não, não, deus não pode ser definido, pois definição implica redução.
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Ora, pare com isso, assim não dá nem para pensarmos na possibilidade de sua
existência!
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Isso, é isso, é tão absurdo que parece nem existir!